Homens
Nós gestamos. Damos à luz. Sentimos todas as dores e privações de cuidar de bebês, crianças, adolescentes. Muitos homens lavam as mãos. Fazem muito pouco, tocam a vida como se nada tivesse mudado, não entendem as dificuldades da maternidade. Não entendem nada. Muitos se recusam a usar camisinha durante o sexo. Por quê? Porque o ônus maior dessa atitude é da mulher. Porque é ela que, depois disso, tem que tomar medidas emergenciais, ser bombadeada por hormônios. Ou então, se já usa outros métodos contraceptivos, é ela que tem que gerenciar, sozinha, essa responsabilidade. Muitos acham que é só arcar com o financeiro. Mas ser pai (deveria) é mais do que isso. Ser pai é, antes de tudo, buscar compreender o que é ser mãe. É ter responsabilidade, é respeitar. Estar presente não é somente estar presente fisicamente, e isso, obviamente, é difícil. Ser pai não é só levar a criança para passear no final de semana, é lavar a bunda do filho, alimentar, brincar com ele de segunda a domingo. É dividir de forma justa com a mãe as demandas da criança, para que ninguém se sobrecarregue, para que ninguém se anule. Sei que não são todos os homens que são assim, mas são muitos.