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Superar

Hoje acordei, com os pensamentos focados no meu típico trauma. O colégio.

Ontem fui escrachado pelo professor na sala de aula, em público e fiquei nervoso, tremendo e desesperado. Até que no meio de uma fusão de sentimentos ruins, por sorte, consegui ligar para a minha mãe e pedir socorro. Queria que ela me buscasse, queria que ela me salvasse, mesmo que o fato havia ocorrido anteriormente. Sempre quero ser acolhido pela minha mãe, principalmente em momentos como aquele. Faltava apenas uma aula para a saída, mas queria ver a minha mãe, senti medo de acontecer algum tipo de acidente ou tragédia se eu for embora, e também senti medo e tinha a certeza de que ela sofreria um acidente ao tentar me acolher, e também imaginei eu contando toda a minha vitimização para o meu psiquiatra e ele me acolhendo, me ajudando a abandonar o colégio.

No celular, implorei e ao mesmo tempo ordenei que ela viesse até o colégio me buscar, e para que ela falasse para o coordenador que eu tinha que ir ao dentista. Quando algum colega entrava ou saía para ir ao banheiro, era a esperança de ver a minha mãe entrando pela porta, porém, apenas vi o coordenador entrando na sala e me chamando para a sua sala.

Ele me perguntou se havia ocorrido algum problema com algum professor, que a minha mãe estava na sala do diretor e havia contado que havia ocorrido algo. Depois de saber que ela estava no colégio, contei parcialmente o que houve, eu estava tremendo bastante e aos poucos ele ficou em silêncio, eu havia contado também, que era eu que tinha entregado a rebeldia dos meus colegas para a direção do colégio, esse dia foi uma confusão, desde o começo até agora eles estão jogando o verde para colher o maduro, quase tem a certeza que foi eu.

Depois de falar brevemente com ele, ele me dirigiu a sala do diretor, e vi a minha mãe lá, sentada na cadeira. Conversamos eu, o coordenador, o diretor e a minha mãe. O diretor disse que vai conversar mais com o professor, que já havia questionado a atitude dele desde que minha mãe ligou para o colégio. Disse que o professor disse que era algo referente a matéria da aula, mas não é a realidade, longe disso.

Ele questionou o fato de eu ter repetido de ano, ironizou os meus motivos que afirmei serem pessoais, me encarou e fez o máximo para me constranger, julgar e pressionar. Além de mim, ele fez isso com uma garota da minha sala, foi mais além, julgou sua vida familiar. O problema, é que esse professor havia feito as mesma perguntas para mim no primeiro dia de aula, um dia desses na feira de ciências, havia me chamado de bonitão e agora não estou compreendendo suas intenções. Por causa da atitude do professor um garoto da minha sala afirmou que já fui vitima de bullying, não sei como ele sabe disso. Confesso que estou com medo de ver esse professor novamente, ele pode me constranger novamente, somente pelo fato de eu ter contado e confessado tudo ao diretor e ao coordenador, o cara pode me humilhar, constranger, julgar, pressionar, me perseguir, me ameaçar, me chantagear e o pior, me matar!

Não consigo parar de pensar na minha casa se despedaçando, minha vida e minha carreira sem recomeço, minha juventude se transformando em uma tragédia, uma trilha sonora perturbando a minha vida e eu sem a minha mãe. Não consigo parar de sentir e imaginar minha biografia totalmente trágica, me torturando psicologicamente, encurralado e desejando morrer, me suicidar.

Tenho medo de fazer um molde de planisfério na aula de geografia, medo de fazer recortes em papéis, dobraduras em papéis, usar diversas tintas na aula de artes, praticar esportes, aquecimentos e fitness na educação física e vestir um colete. Essas dificuldades estão me cercando, em um colégio novo! Maldição!

Ao mesmo tempo que sinto medo em ir ao colégio, sinto medo em permanecer em casa somente ao lado de minha mãe, pois sinto que necessito de vida social! Droga, droga e droga! O que eu quero da minha vida? Porque sempre estou insatisfeito com a minha biografia, com o meu passado e com o meu possível destinado? Porque o meu imaginário perturba os caminhos que tem de ser percorridos em minha vida?

Não aguento mais viver, desejo me matar, só não fiz isso, pois não quero fazer minha mãe sofrer. Droga, eu odeio colégios! Eu odeio superar as coisas! Eu odeio tudo que envolva aprendizado no colégio! Eu odeio paradigmas sociais! Eu odeio esse mundo miserável, desgraçado, infeliz, esculachado, pobre de cultura e ignorante! Eu odeio a sociedade!

Simplesmente não sinto mais orgulho e nem disposição para aturar o colégio! Malditos sejam esses habitantes locais!

Não consigo parar de pensar no colégio desde que entrei, não consigo parar de me torturar! Não aguento mais! Não consigo parar de pensar!
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