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No One:3054

Meu Terceiro Ano

Ano passado eu terminei o ensino médio e tenho de dizer que o meu terceiro ano foi um dos piores da minha vida. Comecei estudando nessa escola a qual ingressei a partir da sexta série.Eu comecei o ano letivo no período da tarde, e logo que coloquei meus pés no lugar, uma professora começou a me incomodar. Ela é branca, um pouco acima do peso e tem um olhar de superioridade e nojo quando olha pra mim. Eu sempre tive boas notas, mas com ela era diferente. Ela ignorava quando eu perguntava alguma coisa e ficava me julgando verbalmente e principalmente ficava o tempo todo me olhando com um olhar de desprezo e nojo ( como já havia dito ). Eu era criança na época, então eu não percebia o que realmente estava acontecendo. Anos se passaram, e chegou o terceiro colegial. Eu não fiquei muito tempo no período da tarde, houve problemas em casa e minha mãe conseguiu me mudar para o período da manhã ( eu estudei minha vida toda no período da manhã, e como só havia vaga para o período da tarde naquela escola eu acabei ficando mesmo ). No terceiro colegial nos reencontramos novamente... Logo que ela colocou os pés na sala ela me reconheceu, e eu obviamente, a reconheci também e toda aquela situação da sexta série retornou. Eu sabia como ela era, eu a conhecia, por isso não gastava minha saliva fazendo perguntas sabendo que seria ignorada, mas ela por muitas vezes pulava meu nome na chamada me deixando com faltas ( sabemos que falta é tão importante quanto a nota ) e sempre com aquele olhar de desprezo e nojo no rosto para mim. Havia uma garota, que no ano anterior havia entrado nessa escola, ela era rica, consideravelmente bonitinha, ( não acho ela muito bonita, minha opinião ) e havia sido transferida para aquela escola por conta de ter reprovado 2 vezes e seu pai ter cansado de pagar escola pra ela ( isso foram as amigas dela quem disseram ). Eu tinha uma amizade com um garoto, nós nos conhecíamos desde a sexta série, no inicio nós não tínhamos uma boa relação porque de acordo com ele mesmo, ele tinha inveja e raiva porque ele e a outra amiga dele eram os CDF's da sala e eu cheguei e os professores começaram a gostar de mim ( coisa infantil, eu ri quando ele me contou, os dois riram, um motivo realmente bobo ). Esse garoto sempre foi bem metidinho e interesseiro, ele é inteligente mas sempre ignorava todo mundo e não gostava de ajudar os outros quando pediam ajuda. Quando descobriram que ele era gay, eu fui a primeira a ir abraçar ele e falar que ficaria ao lado dele, e mesmo tendo amizade com o povo do fundão que era os que mais zoavam ele eu sempre o defendi, eu sempre fiquei do lado dele. Eu odeio qualquer tipo de preconceito, seja por cor, opção sexual ou por renda, etc, pra mim são assuntos muito fortes e as piadas eram preconceituosas e isso me irritava. Voltando, essa garota apareceu, e ele, interesseiro como só, se aproximou dela rápido. Por algum motivo que eu não sei ela não gostava de mim, e eu nem sequer conversava com ela, ela não fazia o tipo de pessoa que eu tinha sequer vontade de trocar uma palavra, ela era a típica ''Patricinha''. Ele começou a se afastar de mim, tivemos várias discussões por conta dessa garota e as coisas não se resolviam. No terceiro ano, virou tradição da escola modificar todas as salas, e acabei ficando longe desse garoto, e ficando na mesma sala que a Patricinha. Eu não queria parar de falar com ele, mesmo já estando de saco cheio dessa história então eu resolvi falar direto '' eu não quero que você pare de falar com ela para falar comigo, não quero. Você pode conversar com ela, mas vocês lá e eu aqui, eu não gosto dela, ela não gosta de mim e eu não vou ficar perto de quem eu não gosto. Mas se você parar de falar comigo por causa dela, você quem não olhe mais na minha cara. '' e foi o que ele fez, ele parou de falar comigo no terceiro ano. Essa ''professora''... admito que tenho certa dificuldade em chama-la assim porque para mim a atitude dela não é de uma educadora. Essa Mulher puxava muito o saco dessa Patricinha, assim como o resto dos professores, mas era de uma forma absurda. Passava respostas de provas para ela, dava nota a mais e garota não fazia nada, enquanto que comigo ela tirava nota e ficava falando mal de mim para as meninas que sentavam na frente dela. Na primeira prova que teve dessa Mulher eu fui a primeira a terminar e a entregar a prova na mesa dela. Eu nunca fui muito de colar ( já colei, mas era difícil, sempre consegui nota) eu era mais a que passava cola para o fundão ( a qual eu fazia parte ). Naquele dia, meu colegava que estava sentado atrás de mim começou a me irritar pedindo respostas, e depois que entreguei minha prova ele continuou a pedir, e os outros também estavam pedindo, até que virei pra trás peguei a prova dele e comecei a escrever as respostas. Na hora eu estava tão nervosa que não percebi que o fundão inteiro estava tentando me avisar do ''perigo'', e quando eu captei a mensagem a Mulher estava do meu lado, arrancou a prova de mim e zerou as duas provas e saiu falando pra todos os professores que eu estava colando. Errei? Errei, mas ai que ela começou a pegar mais pesado ainda. Depois daquele dia, ela começou a ficar falando mal de mim alto e claro pra sala toda escutar, me chamando de incompetente, dando indiretas, falando que sou inútil e sempre dizendo que sentia dó de mim. Aquilo tudo estava me incomodando de tal forma, toda aquela pressão verbal, mas o que mais me dava dor era que eu não entendia o porquê daquele olhar pra mim, porque ela me olhava com tanto nojo e desprezo, eu nunca havia feito nada, na sexta série eu era uma criança e ela me tratava com ódio, e depois de anos o tratamento continuou. Chegava em casa deprimida, nunca tive uma boa estima, tenho até hoje muitos problemas aqui em casa que mechem com essa minha estima e ainda tinha de suportar isso na escola. Um dia minha mãe me pegou chorando e eu contei pra ela o que havia acontecido, contei da sexta série, contei da prova e contei tudo o que estava acontecendo. Minha mãe, que eu não entendo o porquê disso até hoje, foi na escola reclamar. Eu só queria parar de frequentar as aulas daquela mulher, eu não queria mais ficar lá e ser distratada assim. Minha mãe foi reclamar uma vez com o coordenador e na outra foi reclamar com a mulher. A mulher disse que eu estava mentindo e contou sobre o que aconteceu na prova, mentindo e aumentando a história, imaginando que eu não tivesse falado pra minha mãe o que tinha acontecido e disse que iria conversar comigo. Minha mãe voltou pra casa com a seguinte frase '' essa mulher é safada e ordinária mesmo ''. A escola já estava sabendo que em tal terceiro estava tendo confusão com aquela mulher. Ela dava aula de português para o fundamental, e como não tinha professor de inglês titular na escola, ela quem estava cobrindo a função no ensino médio aquele ano. Ela mandou um garoto, acredito que de 11 anos me chamar na minha sala para ir conversar com ela, ao chegar lá, no meio do corredor ela começou a gritar comigo, me chamando de infantil e falando que minha mãe era idiota de fazer isso por uma menina de 16. Me chamou de medíocre, falou que eu deveria parar com essa palhaçada e que eu não iria ganhar nada, perguntou por que eu estava fazendo tudo aquilo, e eu respondi sinceramente todos os motivos enquanto ela ria e debochava de mim, me senti muito diminuída e humilhada naquele dia. A inspetora de classe escutou tudo e não fez nada, deixou ela me humilhando, eu estava com vontade de chorar e nojo, ainda não entendia e não entendo o motivo daquele ódio gratuito comigo. Cheguei na sala, era horário de intervalo e contei para minhas colegas ( mais próximas ) o que ela tinha feito e falado, e chegando em casa minha mãe me perguntou o que havia acontecido e após eu contar ela disse que iria esperar para ver o que acontecia. Na aula seguinte ela continuou com o mesmo comportamento, mas ela parecia hesitante agora quanto a matéria, ela parou de ignorar meu nome na chamada e começou a me dar notas sem descontar, estava acontecendo com mais frequências, apesar que as indiretas não haviam terminado. Havia uma colega minha, bem próxima, que acabamos ficado juntas na mesma sala, e essa mulher também não gostava dessa garota. Provavelmente era por que ela andava comigo. Um dia, depois da confusão da prova, ela resolveu que não daria mais provas, que seria agora uma auto avaliação, nós nos daríamos notas seguindo os conceitos dos itens que ela havia listado. Ela disse que ninguém conseguiria ter 10 ou tirar um 0. Minha colega havia feito a média dela, e daria 9. Ao chegar na vez dela, essa mulher a humilhou, disse que a menina não prestava, que ela não fazia nada, que era um absurdo e ofensa ela falar uma coisa dessas, que ela não merecia a nota máxima, ela não. Quando eu e a minha colega nos olhamos, eu senti que viria coisa pior pra mim. Cansada dessas provocações dela comigo, o ano todo, resolvi naquele dia fazer alguma coisa. Chegando na minha vez ela perguntou minha nota, eu eu simplesmente disse ''1'', e ela me olhou com uma cara e começou a se contrariar, falando coisas opostas sobre mim que ela eventualmente dizia. Então eu completei, repetindo coisas que ela falava sobre mim, como se eu estivesse me julgando daquela forma. Ela se irritou e saiu da sala, não demorando muito retornou com a Coordenadora Escolar e começou a chorar falando que eu estava ofendendo e debochando dela e que queria levar aquilo para a polícia. A Coordenadora perguntou se eu havia dito aquilo mesmo, e eu confirmei, e ela perguntou novamente, e eu confirmei, então minha colega se intrometeu na conversa e começou a desabafar, falando de tudo o que aquela mulher fazia dentro da sala, que gostava de xingar e ofender alguns alunos e defendia outros por que eles tinham uma renda familiar mais alta. A discussão se estendeu por duas horas, duas horas da minha colega chorando e desabafando, duas horas daquela mulher rindo e debochando da minha colega, duas horas da Coordenadora parada sem fazer nada enquanto a mulher se fazia de inocente, duas horas que foram mais que suficiente para perceber que não importava o que a gente falasse, a mulher estava sempre certa sobre tudo, afinal, aluno não tem voz, mas os ''professores'', aquela mulher, era a dona da verdade. Por algum motivo que eu não sei, mesmo os olhares continuando, aquela mulher melhorou muito depois do ocorrido. Melhorou no quesito de parar de ficar dando indiretas, e que mesmo me odiando ela começou a fazer o papel dela como professora comigo, e começou a jogar o balde encima da minha colega... O ano passou, acabou, e não me lembrava da ultima vez que fiquei tão aliviada de ter me livrado de alguém. Hoje... voltando do curso, estava subindo para o ponto de ônibus, uma mulher me olhou de uma forma familiar e eu me assustei, até que percebi quem era, ela estava apenas com o cabelo diferente, mas o olhar de nojo e desprezo era o mesmo, ela me olhou e eu tentando esconder o susto eu comecei a rir, ela olhou pra minha cara de novo com um olhar de mais raiva ainda e eu continuei a seguir meu caminho rindo... depois que nos afastamos eu contei para essa minha colega que havia encontrado com aquela mulher na rua, e logo quando cheguei em casa eu contei para minha mãe... na hora que ela me olhou, com aquele olhar de nojo, desprezo, ódio, raiva, tudo isso que ela senti por mim, me doeu de mais, ela me afetou de novo. No momento meu coração dói, eu não sei o que eu fiz para ela me odiar e me tratar assim, eu não sei o que aquela criança da sexta série fez para que ela a tratasse tão mal assim. Eu sou o tipo de pessoa que considera muito o que os outros pensam sobre mim, mesmo eu me esforçando para não ser dessa forma. Eu sei que se eu chorasse melhoraria, mas eu não sou boa em chorar, eu não consigo chorar, eu só queria entender por que ela me odeia tanto assim, qual o problema comigo, para uma pessoa que não me conhece me olhar com tanto desprezo.
1 Respostas
  • Palhaçada isso, viu? Eu tinha prometido a mim mesma não comentar mais quando isso acontece mas não resisti... kkk

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