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arauL:54612

?????? To com a mente confusa

Quando eu era pequena, eu costumava criar personagens na minha cabeça, descobri que amo criar historias, e ultimamente eu tenho pensado em uma coisa. A maioria dos personagens que eu desenvolvo na minha cabeça tem uma vida ou um passado triste, as vezes eu penso que eu não devia fazer eles assim, já que eu nunca tive uma vida triste pra criar um personagem desse jeito. Eu sei que uma coisa não tem a ver com a outra, mas eu sempre quis colocar meus sentimentos nos meus personagens.
5 Respostas
  • Batendo um papo despretensioso sobre a criação:
    Criatividade é uma dádiva né? Criar histórias e, inclusive , realidades. Tudo começa na mente.
    Uma vida ou um passado triste são inspiradores, e a tristeza tem o seu poder de nos fazer atentar para fatores que não costumamos ver quando estamos entorpecidos pela alegria: nossos vazios.
    A tristeza é o convite para viajarmos para dentro de nós (viagem necessária sempre) para que possamos gerir melhor o que compõe o nosso cenário interior. O pensador Jiddu Krishamurti, o qual tenha particular apreço por suas ideias, diz que a gente não tem que tentar ficar bem quando estamos tristes, pelo contrário, devemos mesmo ficar tristes mas com um profundo senso de observação. Assim, não é pra ser passivo à tristeza, mas para querer ver o que ela quer te mostrar e tomar atitudes quanto a isso para gerir o que dói. A dor é uma campainha de Deus nos chamando atenção.

    Isso tudo é intenso no ser humano, e talvez você bote isso nos seus personagens pq consegue entender a beleza da tristeza :)
    Construa seus personagens, escreva sobre eles, desenhe sobre eles...aliás, já leu Fernando Pessoa? Sua obra toda é feita baseada em heterônimos: desdobramentos do "eu". Talvez você se identifique. Recomendo demais.

  • Eu sou escritora :)
    Profissional?
    Não. Mas irei publicar um livro.

    Eu tenho o mesmo problema: Personagens com passados tristes. Tanto que dos 10 personagens da minha história, 6 são órfãos.
    Tente estudar um pouco sobre escrita, procure métodos para criar personagens e perceba o que eles tem em comum. Talvez, a tristeza do passado de tal personagem reflita uma área que você não percebeu que tinha :)

  • @1de7Bilhões Opa! Desculpa se eu demorei pra responder! Nunca tinha parado pra pensar dessa forma, eu não diria que eu entendo a beleza da tristeza, eu nem me entendo direito ainda😅
    Essa parte que você falou sobre heterônimos eu não consegui entender direito, mas achei interessante! Eu pesquisei mais sobre e até agora não entendi muito bem oque significa, mas eu vou entrar mais a fundo sobre isso.
    Agradeço pelo texto que você fez, ele me fez pensar sobre algumas coisa importantes. Depois que eu terminar de ver o assunto, eu poderia te chamar no privado pra bater um papo sobre isso?

  • @Escritoraemcrise Opa! Valeu pela dica! Fiquei bem feliz quando vi sua mensagem, achava que ninguém ia entender oque eu tava querendo dizer. Eu sempre pensei que eu tive a vida muito tranquilo pra querer fazer algo tão depre. Acho que eu nunca escrevi nada sobre meus personagens, e nunca anotei também, talvez seria melhor se eu anotasse em algum caderno ou no computador sobre eles. Depois eu posso te chamar no privado pra conversar sobre isso? :)

  • @arauL
    De baixo pra cima rss...
    "eu poderia te chamar no privado pra bater um papo sobre isso?"
    Com certeza, vou curtir essa troca de ideia. Pode me chamar :)

    "sobre heterônimos eu não consegui entender direito''
    Heterônimos são nomes para a autoria de um texto que não o do autor, em verdade.
    Fernando Pessoa manifestou seu comportamento, entendimentos, ou , até melhor, seu cenário interior, através de personagens criados. Alberto Caeiro, por exemplo, seria sua inclinação à ideais mais elevados. Há outras mais como Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Bernardo Soares era o mais parecido com ele (rs).
    Veja como era a dinâmica de suas criações...rs
    A obra dele é muito interessante, mesmo pra quem não tenha o hábito de ler poemas ou da leitura em si. O poema é um jeito mais organizado (ou não) de expressar uma ideia particular, então, as obras de Fernando Pessoa são muito interessantes pq o jeito de pensar dele era diferenciado, tanto que também é considerado por muita gente como filósofo. Em suma, vale a pena conhecer a obra dele. Eu comecei pelo Alberto Caeiro...pretendo ir adiante e conhecer um pouco mais da mente desse ser humano. Recomendo pra você que está transbordando criatividade.


    "eu não diria que eu entendo a beleza da tristeza,"
    Com o tempo a gente entende, mas ela está aí o tempo inteiro, esperando ser vista, além de sentida. É parte da gente, e não vem pra derrubar não, a ideia é que venha para somar. A gente é que cai porque a carga de informação que ela traz pode ser muita: o peso da cruz pode ameaçar, mas se a temos é porque carregá-la podemos.
    :)

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