o dia em que o mundo parou
Amarga. As mãos trêmulas, os olhos inchados, cheios de lágrimas. Você me encara, finjo desinteresse. Lá vou eu me esconder no banheiro pra chorar de novo. Tranco a porta, sinto as lágrimas quentes descendo pelas minhas bochechas. Me olho no espelho. Cabelo espigado, lábios vermelhos e inchados. Penso em ti, nada disso importa. Interrompo os soluços, prendo a respiração pra não fazer barulho. Peço à Deus que me dê ânimo. Suspiro, lavo o rosto e tento disfarçar os olhos marejados. Talvez eu deva falar contigo, dizer o que me incomoda, implorar para ficares. Mas eu não sei como começar, não sei falar contigo. A garganta dói. Bebo água, na tentativa falha de acalmar meu coração. Estás me deixando.